25 de fev. de 2011

(Quase) o último grito de desespero.



          "Vem cá., me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). 
           Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. Não! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais; um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?). Mas hoje eu estou cansada.  

Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo 
e de músicas sem letra.

           Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você.  

Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me diga nada (Ou me diga tudo)

           Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis (Sabia?). Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. O problema não é esse. 
           Eu não me contento com pouco (Não mais). Eu tenho muito dentro de mim e...

... não estou a fim de dar sem receber nada em troca. 

           Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e...
... só vou te dar se você me der também!"

___________ Fernanda Mello.

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